Consulta Oncológica

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Como é a primeira consulta com o oncologista?

1) Apresentações

Na primeira consulta, o médico vai querer lhe conhecer melhor. Certas informações são muito importantes para entender melhor suas preferências, o suporte que você terá durante o tratamento e fatores de risco para o câncer. O médico habitualmente perguntará sobre sua história de vida, sua profissão, se você é casado e se tem filhos, se você mora perto ou longe do local de atendimento e se você segue alguma religião.

2) Qual será a frequência das consultas com o oncologista?

A frequência das consultas depende muito do diagnóstico e do tratamento que será indicado.

Dependendo do tratamento, você e o médico se encontrarão a cada duas ou quatro semanas. Caso não sejam necessários tratamentos adicionais, esse intervalo pode ser trimestral, semestral ou mesmo anual.

Em geral, a frequência das consultas é maior do que em outras especialidades médicas. Desse modo, é muito importante ter confiança e um bom vínculo com seu oncologista.

3) Devo ir sozinho ou acompanhado à consulta?

Essa decisão é do paciente. Não há certo ou errado.

Na primeira consulta pode ser interessante vir acompanhado por alguém de sua confiança (quer seja um familiar ou um amigo). É comum que a primeira consulta gere um pouco de ansiedade e seja rica de novas informações e de “lições de casa” (por exemplo, o médico poderá solicitar exames adicionais). É bom ter alguém para apoiá-lo e ajudar a lembrar de todos esses detalhes!

4) O que é importante sobre meu histórico de saúde (pessoal e familiar)?

Vários fatores podem influenciar diretamente ou indiretamente tanto no surgimento de um câncer quanto na tolerância ao tratamento oncológico. Assim, na primeira consulta o médico vai querer saber:

  1. Se você possui alguma comorbidade, ou seja, se você tem alguma outra doença: pressão alta, diabetes, alteração da tireoide, doença cardíaca, entre outras.
  2. Se você utiliza algum medicamento continuamente ou com muita frequência e quais são eles. A sugestão aqui é já levar anotado, para não esquecer de nenhum. É importante incluir na lista, além de medicamentos habituais como anti-hipertensivos, os complexos vitamínicos, medicamentos homeopáticos e analgésicos dos quais faça uso.
  3. Se você já foi operado, qual a cirurgia que foi realizada e com qual idade.
    Para mulheres, a idade da primeira e da última (se for o caso) menstruação, número de gravidezes e se amamentou ou não.
  4. Se você fuma ou já fumou, se faz uso frequente de álcool ou já o fez, se já usou outros tipos de drogas lícitas ou ilícitas. Em caso de fazer ou já ter feito uso de algum dos itens, importante informar a quantidade diária e por quantos anos fez uso.
  5. Histórico familiar de câncer. O médico vai perguntar se alguém da família, que tenha “laço de sangue” com você, teve câncer. Em caso afirmativo, importante saber mais ou menos com que idade o familiar teve o diagnóstico e em que órgão era o câncer. Dependendo dessa informação, o médico poderá pensar na possibilidade de haver alguma mutação genética na família – isso pode influenciar seu tratamento!

5) O que é importante saber sobre o histórico da doença atual?

Leve todos os exames que você tiver! “Tenho muitos exames, o doutor não vai gostar se eu levar tanta coisa” – esqueça esse mito! É melhor levar dados a mais do que a menos para a consulta. O médico oncologista vai olhar tudo e selecionar quais informações são importantes para a definição do tratamento.

Organizar os documentos por ordem de data pode ajudar bastante. Fica muito mais simples para o médico entender o histórico. Alguns pacientes inclusive optam por montar uma pasta com envelopes plásticos ou divisórias, onde colocam os principais resultados de exames, biópsia e relatórios. Apesar de não ser obrigatório, ordenar dessa forma ajuda o próprio paciente a lembrar de todos os detalhes.

Todos os exames são importantes, mas o principal é o anatomopatológico, que é o resultado da análise da biópsia ou do material obtido na cirurgia. Sempre que disponíveis leve todos os resultados de biópsias para o médico oncologista, inclusive das biópsias que não mostraram sinais de câncer.

6) Será realizado exame físico?

Na primeira consulta, o médico oncologista irá lhe examinar e, quando necessário, também precisará medir sua altura e seu peso para calcular a dose de medicamentos. É interessante ir à consulta com calçados e roupas que facilitem o exame.

7) Como será meu plano de tratamento e de acompanhamento?

O plano de tratamento varia caso a caso, sendo totalmente personalizado.

Às vezes, com os dados que o paciente traz, na primeira consulta já é possível definir se é necessário ou não fazer algum tratamento adicional e qual será o tratamento escolhido. Nesse caso, o paciente já sairá da consulta com um plano de tratamento ou de acompanhamento definido. Se for necessário algum medicamento, por exemplo, o médico explicará qual será, por quanto tempo terá que utilizá-lo, qual o objetivo do tratamento e se poderá existir algum efeito colateral.

Em alguns casos, para definir o próximo passo será necessário primeiro fazer novos exames (exames de imagem, como tomografias ou PET scan, exames de sangue ou ainda uma nova biópsia) ou ser avaliado por um colega médico de outra especialidade (mastologista, urologista, cirurgião oncológico etc.). Nesses casos, o médico oncologista irá direcioná-lo corretamente e agendará uma segunda consulta para que, com esses resultados em mãos, possa definir o plano de tratamento ou de acompanhamento mais adequado.

Dr. Gustavo Piotto
Oncologia Clínica | CRM 134918 | RQE 73655

Graduação em Medicina na Universidade de São Paulo (Medicina Pinheiros) em 2008.

Residência Médica em Clínica Médica no Hospital das Clínicas (USP).

Residência Médica em Oncologia Clínica no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).

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