No dia 19/10/2024, conversamos sobre novos tratamentos para câncer de próstata. O câncer de próstata é o câncer mais comum entre homens no Brasil, excetuando-se os tumores de pele não-melanoma.
Atualmente, é a principal causa de morte por câncer, entre homens, no Brasil. Dos pacientes com diagnóstico de câncer de próstata, 20% evoluem com doença avançada ao longo da vida. O principal tratamento para o câncer de próstata avançado é o bloqueio da produção e da ação da testosterona.
Na doença que já se tornou resistente ao tratamento com bloqueio hormonal (também conhecido como castração), uma nova opção de tratamento são os medicamentos denominados inibidores de PARP (por exemplo, olaparibe).
Homens com histórico familiar de câncer de próstata têm até 4 vezes o risco dos demais homens de serem acometidos por câncer de próstata. Entretanto, mesmo sem histórico familiar, 20% dos pacientes com câncer de próstata já nasceram com alguma mutação genética (mutação germinativa) que causa aumento no risco de desenvolver a doença.
Pacientes com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, sejam germinativas (de “nascença”) ou somáticas (adquiridas ao longo da vida e presentes apenas nas células do tumor), detectadas em cerca de 10% dos casos de câncer de próstata, se beneficiam do uso de inibidores da PARP, com ganho de sobrevida na fase de resistência ao tratamento com castração (estudo Profound – De Bono etal. N Engl J Med 2020; 382:2091-2102).
O uso de olaparibe associado a um novo agente hormonal (abiraterona, no caso do estudo Propel) estende o benefício do uso de inibidor da PARP a todos os pacientes com câncer de próstata avançado resistente à castração. Entre os pacientes com HRRm (mutação no sistema de reparo de DNA por recombinação homóloga), que representam 25 a 30% dos pacientes com câncer de próstata, o benefício é mais evidente (estudo Propel – Clarke et al. N Engl J Med Evid 2022; 1(9):1-16; Saad et al. Lancet Oncol 2023; 24(10):1094-1108).
HRRm pode ser testada em material de biópsia (seja biópsia inicial da próstata, anatomopatológico de cirurgia de próstata ou biópsia de alguma metástase) e por exame de sangue (análise de células tumorais circulantes).
